Câmara Municipal de Coroaci

Notícias

13.08.2020

O USO CORRETO DO ÁLCOOL EM GEL PARA PREVENÇÃO DO COVID-19


– Álcool em gel é eficaz contra o novo Coronavírus (Covid-19)?
Sim. É recomendado pelas autoridades nacionais e internacionais de saúde, como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde do Brasil.

– Por que usar álcool em gel contra o novo Coronavírus?
O álcool em gel, por ser considerado antisséptico ajuda na prevenção ao contágio pelo coronavírus e sua indicação pauta-se nas medidas de prevenção ao contágio de doenças respiratórias. Estudos demonstram melhor eficácia do produto em soluções 70%, que é o recomendado pela Anvisa, para os serviços de saúde brasileiros e o indicado pela OMS na Lista de Medicamentos Essenciais.

– O que significa dizer que um produto é antisséptico?
Quando se fala de desinfecção, fala-se do uso de métodos físicos ou químicos com a intenção de eliminar boa parte dos microrganismos patogênicos. Os produtos químicos utilizados para tal fim são chamados de germicidas e podem ser desinfetantes ou antissépticos. Os desinfetantes têm seu uso voltado para superfícies e objetos inanimados, já os antissépticos são aplicados em tecidos vivos como pele e mucosas, e por isso sua composição deve ser pensada de modo a não causar irritação.

– Existem outros produtos antissépticos que posso utilizar contra o novo Coronavírus, em substituição ao álcool etílico?
Sim. As recomendações das autoridades de saúde para higienização das mãos são tanto o álcool gel quanto a lavagem com água e sabão. Sabões, sabonetes e detergentes de um modo geral, graças às suas propriedades químicas, removem a maior parte da flora microbiana na superfície da pele. Apesar de haver outras substâncias elencadas pela literatura como antissépticos, o Conselho Federal de Química (CFQ) reforça a importância de seguir as orientações da OMS e do Ministério da Saúde do Brasil e recomenda o álcool etílico, em gel.

– Por que soluções de álcool em gel 70%? Não seria melhor usar soluções mais concentradas?
Várias pesquisas realizadas em todo o mundo registraram que a melhor eficácia do álcool etílico contra microrganismos patogênicos é observada com soluções nessa graduação de 70%. Em soluções de graduação alcoólica muito superiores, ao contrário do que o senso comum espera, a eficácia é menor. Isso se explica pelo fato da evaporação ser mais rápida, diminuindo o tempo de contato do álcool com o patógeno e, também, devido a necessidade de água para conduzir o álcool ao interior da célula do microrganismo, sem a água ou com água em baixas proporções, o álcool desidrata o microrganismo sem matá-lo.

– O que faço se não encontrar álcool em gel?
Continue higienizando suas mãos com água e sabão. Uma vez que não estará fazendo uso do álcool em gel, é interessante aumentar a frequência de lavagens e também estar atento à hidratação da pele para evitar ressecamento.

– Como higienizar meus equipamentos eletrônicos?
O mais recomendado para equipamentos eletrônicos seria o álcool isopropílico, uma vez que, por possuir um carbono a mais que o etanol na cadeia carbônica, é menos miscível em água, dificultando a oxidação das peças. Deve-se ter cuidado com a quantidade de produto aplicada, não devendo molhar o equipamento e bastando aplicar com um pano/lenço/papel embebido no álcool.

– O que devo usar para limpar a casa?
Para cada superfície (vidro, madeira, metal, cerâmica, porcelanato, etc.) há um produto mais adequado. Assim, os mesmos produtos desinfetantes utilizados antes do surto do Covid-19 podem ser utilizados nesse momento, o importante é não descuidar da limpeza e até reforçá-la.

– Posso higienizar as mãos com os mesmos produtos que uso na limpeza da casa?
Os produtos para limpeza da casa são classificados como desinfetantes e os destinados à higienização das mãos, antissépticos. Embora a função de ambos seja eliminar microrganismos patogênicos, suas aplicações são específicas. Não sendo indicado utilizar antissépticos na limpeza da casa e menos ainda aplicar desinfetantes na higienização das mãos. A recomendação do uso de luvas para manipulação desses produtos desinfetantes é justificada não por excesso, mas por ser preciso tomar cuidados. Produtos de limpeza doméstica podem, por exemplo, ser oxidantes ou corrosivos.

– Como me asseguro sobre a procedência do produto? Eles têm algum registro?
O rótulo é seu maior aliado. Desconfie de produtos sem rótulo ou daqueles cujo rótulo não informa o número de registro do produto ou os dados do profissional responsável técnico (nome e registro profissional). O registro de produtos para a saúde, cosméticos e saneantes é feito na Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa.

– Posso produzir meu próprio álcool em gel em casa?
O CFQ não recomenda essa prática tanto pelos riscos associados quanto por confrontar a legislação brasileira.

– Quais os riscos associados à produção caseira de álcool em gel?
Quando se utiliza álcool líquido em elevadas concentrações, aumenta-se bastante o risco de acidentes que podem provocar incêndios, queimaduras de grau elevado e irritação da pele e mucosas. A venda de álcool líquido em concentrações superiores a 54° GL está, inclusive, desautorizada pela Anvisa desde 2013. Para soluções com graduação acima de 54° GL, a norma permite a forma em gel. Os produtos industrializados passam por rigoroso processo de produção, onde há padrões a serem seguidos, todas as etapas são monitoradas e passam por controles de modo a haver padronização, regularidade e qualidade dos produtos disponibilizados ao consumidor final. Já o álcool em gel fabricado a partir de receitas e métodos caseiros não passa por nenhum controle de qualidade, por isso sem garantia de eficácia.

– Ressalta-se, ainda, que não é recomendado o uso do vinagre contra o novo Coronavírus e deve-se tomar cuidado no uso de outros ácidos (como o suco de limão), pois podem lesionar a pele.

Fonte: Conselho Federal de Química (CFQ)

Colaboração: Cristiani Jacobus Vieira, analista de programação social do Sesc Santa Catarina.